top of page
  • Claus Corbett

Proseando sobre Metamorfose

Por Claus A. Corbett

“Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.”¹ É comum pensarmos sobre momentos de mudança como momentos de perda ou de ganho. Um nascimento pode ser um momento positivo, ganhamos alguém em nossa vida; mas uma morte costuma ser entendida como uma perda – alguém não existe mais. Em círculos espiritualistas ou religiosos, no entanto, há explicações diferentes para o pós-vida e nos permitimos entender que ninguém é destruído, ninguém se perde – aquelus que amamos apenas se transformam.


“Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia.”² Somos, em verdade, seres em constante mudança e adaptação. Não gosto de falar em constante crescimento ou evolução pelo peso da ideia de um caminho fixo. Seguimos nos adaptando em direções que não permitem a consideração de melhor ou pior – nos tornamos apenas diferentes. Mas não somos só nós que mudamos: tudo no mundo está em movimento e em constante mudança. “Tudo passa, tudo sempre passará. A vida vem em ondas como um mar, num indo e vindo infinito.”³


“A verdade é desagradável. Precisamos da arte para não perecer da verdade.”⁴ A arte também é, em si, mudança e veículo de mudança. A arte pode ser um catalisador para todos os processos que desejamos, escolhemos, vivenciamos. A arte nos permite fazer perguntas que iluminam a transitoriedade inerente ao mundo, à natureza, a nós mesmos. Através dela, não só podemos ver por outros olhos o que é, mas também podemos iniciar nossa observação com um singelo “e se”.

E se viver pode ser uma arte, talvez caiba também perguntar: e se tudo isso coubesse em um casulo, o que sairia dele? Que processos essa arte vivenciaria antes de a onda deixar apenas marcas na areia? E se tudo que entendemos por realidade, por fixo, por concreto e por inabalável pudesse simplesmente... mudar? Que alquimia poderíamos usar para libertar o futuro de nosso presente? E, ao final de tudo isso: o que mais é possível?


1 - Lei de Conservação de Massas, postulada em 1785 pelo químico francês Antoine Laurent Lavoisier (1743-1794).

2 - Santos, Luiz Maurício Pragana dos (Lulu Santos). Como uma Onda (Zen-Surfismo). Ritmo do Momento. 1983.

3 - Ibidem.

4 - Nietzsche, Friedrich. A Vontade do Poder. Elisabeth Förster-Nietzsche & Peter Gast (Eds.). 1906.


407 visualizações

Posts Relacionados

Ver tudo
bottom of page